A política agressiva e o cerco económico montado pelos EUA tem consequências particularmente graves para a população. Apesar disso, os cubanos conseguem fintar a fome com um sorriso nos lábios e contornar as privações com grande humildade. Embora o bloqueio económico seja uma medida extra-territorial, que viola as elementares normas internacionais, a poderosa máquina americana continua a facturar à custa da desgraça alheia.
As sanções contra cidadãos e instituições de países que estabeleçam relações económicas, financeiras e técnico-científicas com Cuba não param de aumentar. Em 2009, as multas aplicadas pelas autoridades americanas superaram os 800 milhões de dólares. Com que direito o fizeram? Eis alguns exemplos da «ditadura» económica americana:
As sanções contra cidadãos e instituições de países que estabeleçam relações económicas, financeiras e técnico-científicas com Cuba não param de aumentar. Em 2009, as multas aplicadas pelas autoridades americanas superaram os 800 milhões de dólares. Com que direito o fizeram? Eis alguns exemplos da «ditadura» económica americana:
· As empresas cubanas estão impedidas de fazer fusões ou alianças estratégicas com outras que tenham participação americana, o que reduz grandemente o seu espaço económico. A impossibilidade de ter acesso ao mercado americano obriga à utilização de intermediários, nomeadamente na Ásia, o que encarece o custo das mercadorias e aumenta o valor dos fretes e dos seguros de transporte.
· Cuba não pode exportar e importar livremente produtos e serviços para ou dos Estados Unidos da América. Mas, curiosamente, o ex-presidente Bill Clinton tornou-se grande apreciador e consumidor dos famosos charutos cubanos...
· As empresas cubanas não podem utilizar o dólar norte-americano nas transacções internacionais ou ter contas nessa divisa em bancos de terceiros países.
· O governo cubano não pode recorrer ao crédito a bancos americanos e a instituições bancárias internacionais como o Banco Mundial e o FMI.
· A União Suchel está impossibilitada de comprar no mercado americano matérias-primas para o fabrico de produtos como o sabonete, detergente e cremes
· A Navegacion Caribe não conseguiu comprar peças sobressalentes e outros materiais necessários para reparar os seus navios, e teve que recorrer a mercados europeus.
· A União Gráfica teve que adquirir matérias-primas em mercados asiáticos para produzir 16 milhões de cadernos diários para os alunos, tendo uma despesa adicional de 2 milhões de dólares.
· Cuba está proibida de importar computadores fabricados pela Intel, Hewlett Packard ou IBM.
· Os navios de terceiros países que toquem portos cubanos ou transportem mercadorias por conta de Cuba ficam impossibilitados de entrar nos portos americanos durante seis meses.
· As subsidiárias norte-americanas que operam em terceiros países estão proibidas de fazer qualquer tipo de negócio com empresas em Cuba. Estão também proibidas de vender bens ou serviços, cuja tecnologia contenha mais de 10% de componentes americanos.
· Os empresários de terceiros países que realizem investimentos ou negócios em Cuba são penalizados, e é-lhes negado o visto de entrada nos Estados Unidos. Podem também ser alvo de acções legais perante os tribunais norte-americanos.
· Um banco asiático comunicou que retiraria os cartões de crédito a funcionários da embaixada cubana nesse país em cumprimento das leis do bloqueio. Um banco europeu informou que não trabalhava com Cuba por estar incluída na lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA.
· Em 2009, o Escritório de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) multou o Credit Suisse Bank em 536 milhões de dólares por realizar transacções financeiras com Cuba. Esse mesmo escritório (?) aplicou uma multa de 35 mil dólares à Liberty International Holding Inc. por ter feito o seguro de um negócio realizado pelo governo cubano. Ainda em 2009, a Philips Electronics of North América Corporation foi multada em 128.750 dólares porque um empregado seu viajou para Cuba e vendeu equipamento médico de uma filial estrangeira.
Eu andei nestas ruas e convivi com este extraordinário povo. Quisemos fazer a nossa lua-de-mel em Cuba, mas na verdadeira Cuba não nos “Varederos”, onde a realidade não é a realidade do Povo Cubano. Fizemos 2.300 km e tive o privilégio de conhecer o lado cultural, o lado humano, e, principalmente, a força de um povo que sofre na pele o bloqueio. De uma forma extremamente delicada e, acima de tudo, educada, fui sendo abordada nas ruas com vários tipos de pedidos, desde roupa, canetas e lápis, passando por isqueiros, objectos que para nós são tão fáceis de obter que nem nos apercebemos de como podem ser tão importantes na vida de um povo. Fiquei fascinada com a maneira de ser do povo Cubano e com a sua cultura geral.
ResponderEliminarTive a vantagem de ter ao meu lado o meu marido que me mostrou a verdadeira realidade deste povo que ele tanto preza, e que pelos quais criou este blog. Esta é a minha forma de apoiar o blog e lutar com “as armas que tenho” contra este bloqueio sem sentido que apenas é apoiado por dois países, mas que, incompreensivelmente, continua.