O bloqueio, pela sua natureza e dimensão, pode ser classificado à luz da Convenção de Genebra, de 1948, como um acto de genocídio. Há valores de ordem moral e social que estão a ser desrespeitados, causando graves danos à população cubana. É a mesma gente que recebe os estrangeiros de braços abertos, e integra as equipas médicas que prestam assistência perante tragédias naturais, como aconteceu recentemente no Haiti.
· A aquisição de medicamentos, reagentes e outro material médico tem de ser feita através de intermediários, o que aumenta o preço e o tempo de espera dos doentes, causando um sofrimento incalculável.
· O Instituto de Oncologia está impossibilitado de utilizar lâminas de iodo radioactivo no tratamento de crianças e adultos com tumor da retina, uma vez que esse equipamento só pode ser comprado nos EUA. Segundo os especialistas, sem essa tecnologia não é possível tratar o tumor da retina.
· Há jovens com problemas cardíacos que esperam por um «pacemaker», só que nenhum governo europeu arrisca vender esse equipamento a Cuba.
· Cuba não tem acesso ao Temozolamide, medicamento destinado ao tratamento de tumores no sistema nervoso. Esta doença afecta anualmente 250 pacientes, dos quais 30 são crianças. Está, igualmente, negado o direito a adquirir contraste de iodo não iónico, que garante maior eficácia no diagnóstico de tumores.
· A companhia ABBOT foi proibida de vender a Cuba o medicamento Sevofluorane, avançado agente anestésico de rápida indução para crianças, e excelente agente de protecção do miocárdio.
· Às crianças é-lhes também negado o uso do dispositivo Amplatzer, de fabrico norte-americano, elaborado com materiais especiais para evitar a rejeição orgânica.
· Os hospitais cubanos não conseguem adquirir o reagente Silane, destinado ao diagnóstico e tratamento de tumores malignos e outras doenças infecciosas.
· O hospital Hermanos Ameijeiras, em Havana, não pode fazer estudos tomográficos a mais de 5000 pacientes devido ao incumprimento da Philips de fornecer peças de substituição para dois tomógrafos ópticos.
Eu conheci a família que está nesta foto e o que mais me impressionou foi o facto de os jovens casarem e muitos deles não terem a oportunidade de viverem juntos. Alguns só se encontram ao fim-de-semana, outros estão afastados mais de um mês. O pouco que ganham e o local onde trabalham não lhes permite regressarem a casa ao final do dia.
ResponderEliminarNós que temos tudo; temos casa, emprego, carro e dinheiro para os nossos passeios e extravagâncias não damos realmente valor ao sentido da palavra família como este povo dá. Os cubanos tiveram que se adaptar às consequências do bloqueio, que até a Família conseguem separar. Tivemos um pequeno problema de saúde, felizmente nada de grave, necessitando apenas de um simples e banal penso rápido. Fomos a uma farmácia e, pois é, em Cuba não se vendem/dão pensos rápidos a não ser no Hospital Central. Para mim foi um choque quando comecei a conhecer e a lidar com mais esta realidade de Cuba. Aos Cubanos faço uma vénia pela luta diária que faz deles um povo que me ficou no coração, e por quem tenho o maior respeito. Obrigada por tudo que me ensinaram.