A educação e cultura continuam a ser fortemente prejudicados pelo bloqueio. Também nestes sectores, a Administração Obama não está interessada em promover um contacto livre entre os dois países. É o próprio governo que impede os seus cidadãos de visitarem Cuba, os níveis de intercâmbio académico baixaram e as actividades de âmbito artístico, literário e cultural foram reduzidas. Mesmo assim, é surpreendente o nível cultural do povo cubano, mesmo das pessoas de maior idade.
Os efeitos do bloqueio traduzem-se em carências diárias que afectam o processo de aprendizagem, a investigação e o trabalho científico de estudantes e professores. Apesar disso, Cuba tem dos melhores médicos do Mundo, excelentes escritores, a escola de cinema é de grande gabarito e a música é (re)conhecida mundialmente. Todos cantam «el son cubano» para espantar os seus males...
Aqui deixamos alguns exemplos do como sobrevive a educação e a cultura neste país:
· Cuba não conseguiu comprar, nos EUA, equipamento para aulas de terapêutica para crianças com deficiências motoras no valor de 8.000 dólares, e acabou por adquirir esse material em outros mercados por 14.000 euros.
· Os professores e alunos da Universidade de Havana têm os seus acessos à Internet limitados por fazê-lo de um sítio em Cuba.
· O Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica está impedido de participar em festivais de cinema realizados nos EUA. O bloqueio impede este instituto de se vincular a empresas norte-americanas responsáveis pela distribuição de publicidade nesta área.
· Nos dois últimos anos, o governo norte-americano impediu a participação de numerosos cientistas e artistas em reuniões e eventos realizados em Cuba. Músicos de Jazz, a Orquestra Filarmónica de Nova Iorque e uma delegação de cientistas, que pretendia participar no Simpósio Internacional de Ventilação Mecânica e Circulação Sanguínea, foram impedidos de viajar para este país do Caribe.
Apesar de todos os “atentados” intoleráveis, a cultura do Povo Cubano supera, e em muito, a cultura daquele que lhe impõe o embargo. Eu posso fazer esta afirmação com conhecimento de causa. Nunca falei com um americano que me surpreendesse, pela positiva, em termos culturais, aliás, bem pelo contrário. Os Cubanos, esses sim, surpreenderam-me muito pela positiva, todos os que se cruzaram connosco na rua e questionavam a nossa nacionalidade tinham sempre algo para nos dizer, quer da nossa localização geográfica, quer da nossa história e dos nossos jogadores de futebol. Enquanto um americano nem a história do próprio país conhece, os Cubanos não só sabem a história de Cuba, como também conhecem a história de um pequeno país chamado Portugal. Têm uma cultura geral acima da média, e, em termos musicais, estão muito para lá do Blues e do Jazz, têm música nas veias e são realmente muito bons. Em qualquer lugar por onde passávamos, ouvíamos sempre alguém a tocar piano, trompete ou guitarra, e ali ficávamos nós extasiados a ouvir a música e a voz em perfeita sintonia.
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